Esse dispositivo, que até poucos anos, só fazia parte de roteiros cinematográficos, está cada vez mais próximo da nossa realidade.
O olho biônico era uma realidade muito distante. A humanidade acreditava, inclusive, que ele só era possível em filmes de ficção científica. No entanto, graças aos avanços da tecnologia e da medicina, podemos dizer que isso é mais real do que se possa imaginar.
O uso de recursos avançados na área da tecnologia e da eletrônica tem despertado a esperança em pessoas com perda de visão profunda. Você sabe o que os especialistas estão dizendo a esse respeito?
Por isso, selecionamos as principais informações sobre o olho biônico para que você conheça de que forma ele pode revolucionar o tratamento de uma série de doenças oculares.
O que é olho biônico?
O olho biônico é uma prótese epirretiniana que está sendo desenvolvida com o objetivo de recuperar a visão de pacientes. Os pesquisadores têm estudado a possibilidade de implantar um microchip sobre a retina dos pacientes.
Esse aparelho capta a informação visual por meio de uma câmera alocada em óculos. Ela é convertida em pulsos elétricos que são transmitidos para microeletrodos na retina. Esses microeletrodos substituem a função dos fotorrecptores que foram degenerados.
As células restantes na retina recebem o estímulo e enviam as informações para o córtex cerebral através do nervo óptico normal.
Em que situações ele pode ser indicado?
O olho biônico poderá ser uma ótima alternativa de tratamento para pacientes com perda de visão ocasionada por diferentes motivos. Como exemplo, podemos mencionar o estágio final da retinose pigmentar ou degeneração macular da retina.
O dispositivo também poderá ser usado em pacientes com doenças degenerativas do nervo óptico. Sem dúvida, será uma revolução para a oftalmologia, já que permitirá o restabelecimento da visão para pacientes com cegueira até então irreversível.
Quando esse dispositivo poderá ser usado?
Por enquanto, o olho biônico está em fase de pesquisa e, portanto, não está disponível como método de tratamento. A boa notícia é que estudiosos de diversas regiões do mundo estão empenhados em avançar nas investigações em tempo hábil.
A Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália é uma das precursoras da pesquisa. Ela conta com um grupo de cientistas que construiu o primeiro olho biônico humano do mundo.
O dispositivo é parte integrante de uma ampla e complexa tecnologia, batizada pelos cientistas de “sistema biônico de Gennaris”. Ela constitui um sistema que alia câmeras, eletrodos e unidades de processamento aos implantes cerebrais.
Não sabemos ao certo quando o olho biônico estará disponível, mas isso não nos impede de comemorar os avanços da medicina aplicada à oftalmologia. Vale dizer que, no atual estágio da pesquisa, a qualidade da visão por meio do dispositivo é rudimentar.
Isso significa que os testes realizados indicam que ainda não é possível enxergar com nitidez objetos complexos, pessoas ou letras. Em alguns casos, a capacidade visual alcançada remete a luzes, sombras e formas borradas.
Por enquanto, o olho biônico cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz. Eles fornecem informações para que seja possível transitar por ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos.
Os primeiros testes em humanos ainda não foram iniciados, uma vez que eles dependem de financiamento para serem realizados. Mas, como já dissemos, temos muitos motivos para celebrar o que foi descoberto e conquistado até o momento.
Esperamos, em breve, trazer notícias ainda mais esperançosas para pacientes que sofrem de doenças oculares degenerativas.
Texto de Ricardo Filipo, Clínica de Oftalmologia Integrada.